O fim do século XIX trouxe muitas novidades além da Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889 (e da Abolição da Escravatura um ano antes, evidentemente).
O dinheiro gerado pela economia cafeeira permitiu a instalação das ferrovias, a importação de materiais de construção e da tendência arquitetônica conhecida como eclética.
Nas cidades paulistas, ainda hoje, algumas características originadas nesses tempos nos são familiares. O prof. dr. Carlos Lemos descreve as novas exigências para as moradias - estabelecidas pelos Códigos de Posturas desse período - em seu livro "A República ensina a morar (melhor)".
São Carlos (SP) no fim do século XIX. Foto: Pérez. Fonte: Lemos, C.A.C., "ARepública ensina a morar (melhor)". São Paulo, Hucitec, 1999, p.88. |
Assim, a nova "feição" das habitações foram devidas à influência dos novos Códigos de Obras instaurados em várias cidades do estado. Em resumo, as principais novas exigências eram:
Casa em São Carlos (SP). Construida em 1914. Fonte: Lemos, C.A.C., "A República ensina a morar (melhor)". São Paulo, Hucitec, 1999, p.97. e (*). |
- Obrigatoriedade do alinhamento no lote (as casas não podiam ter jardins fronteiros)
- Obrigatoriedade de porão (para manter a casa livre da humidade do solo)
- Obrigatoriedade de platibanda (tornou-se proibido jogar as águas das chuvas nas calçadas)
- Corredor lateral descoberto (para iluminação direta dos cômodos)
Juntam-se a isso, os acabamentos e decorações, dados pelo mestre de obra geralmente italiano (na virada do século, a imigração italiana já era importante no Estado de São Paulo) (pag. 23) e temos a arquitetura característica das cidades paulistas daquela época.
(*)O estudo sobre São Carlos é da profa. dra. Maria Angela Bortolucci. Moradias urbanas construidas em São Carlos no periódo cafeeiro. São Paulo: 1991. Tese (Doutorado)-Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
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