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14 de out. de 2011

Remodelação da Avenida da Saudade: Oportunidade, Patrimônio e Futuro

A obra de remodelação da Avenida da Saudade em Dourado-SP representa uma oportunidade de valorização do patrimônio da cidade. Vai começar a ser realizada nos próximos dias. Parte desse patrimônio já é reconhecido em nível estadual, através do tombamento, pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico do Estado de São Paulo) da EMEF Senador Carlos José Botelho.

Na região da escola, a Praça e a Igreja Matriz também constituem o patrimônio histórico, arquitetônico e paisagístico dos cidadãos douradenses e têm valor indiscutível. É possível lembrar de outros pontos importantes da cidade, que existem ou que desapareceram. Por exemplo, a Estação Ferroviária e a ferrovia que, se não tivessem valor, 


não seriam motivo de homenagem na... rodoviária.

Todos esses lugares e prédios, que têm valor hoje, foram criados para responder às necessidades do passado e continuam a servir. Assim, podemos nos perguntar se as decisões tomadas hoje terão alguma consequência positiva no futuro.

Por exemplo, podemos nos perguntar se o novo projeto para a Avenida da Saudade vai valorizar a cidade de amanhã. Ou vai apenas remediar alguns problemas do presente. De que forma o projeto leva em conta o problema do trânsito e da qualidade de vida na cidade?

Trânsito – O novo projeto para a Avenida da Saudade vai alargar suas faixas de rolamento. Esse espaço “a mais” será destinado apenas aos automóveis? Muita gente circula a pé ou de bicicleta pela cidade... O que vai ser feito para eles nessa obra de remodelação? O transporte público foi considerado? E como a velocidade vai ser controlada em ruas mais largas?

A Prefeitura informa que a obra vai melhorar o escoamento de água e a segurança dos usuários: motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres. Ótimo! Mas como?

Cada modo de circular exige espaços e velocidades diferentes. Por isso, se apenas os automóveis forem considerados no planejamento urbano, haverá conflito. Andar a pé será difícil, andar de bicileta será perigoso e assim por diante. E cada um de nós pode circular de maneiras diferentes num mesmo dia. Ser pedestre ou motorista são condições variáveis.

Qualidade de vida - Podemos lembrar da arborização da cidade como parte do patrimônio municipal extinto. Com certeza, muita gente se lembra de áreas arborizadas e que foram desaparecendo ao longo do tempo. Será que ainda existem fotos dessas áreas? (fotos são benvindas, encaminhem para o e-mail de contato para formação de um arquivo e para publicação no blog).

Muitos vão dizer que, se as árvores foram derrubadas, é porque existiram motivos: problemas com rede elétrica, com a destruição das calçadas pelas raízes, com idade das árvores etc. Sim, mas por que não investir num projeto de arborização hoje, que será benéfico no futuro?

As áreas verdes têm impacto direto no aumento da qualidade de vida de uma cidade. Além de bonitas, essas áreas mantém a temperatura agradável, atraem a fauna e contribuem para o bem estar e a saúde da população. Atualmente, o imenso valor patrimonial de áreas urbanas arborizadas e verdes é reconhecido e protegido.

Por exemplo, quem não conhece a rua Voluntários da Pátria (Rua 5), em Araraquara? O corredor formados por Oitis dos dois lados da calçada foi tombado pelo órgão de proteção do patrimônio municipal e hoje atrai turistas. Outro caso parecido é o da rua Gonçalo de Carvalho, em Porto Alegre (RS), também tombada como patrimônio municipal. É constituída por uma fileira de Tipuanas de cada lado da calçada que se estendem por quase 1km.

As ruas citadas sobrevivem porque moradores se mobilizaram para não permitir sua destruição! Se não tivessem valor ninguém se daria ao trabalho de defendê-las!
Oportunidade - E o que isso tem a ver com a remodelação da Avenida da Saudade? Ela oferece uma oportunidade de plantar, no sentido figurado e no sentido real. Essa avenida merece uma reestruturação que inclua um projeto de arborização urbana e que considere outras formas de circular além do automóvel.

Esses dois itens melhorariam imensamente a vida dos cidadãos. Agregariam valor ao patrimônio municipal, pois a avenida é a “porta de entrada” da cidade. E, finalmente, seriam um sólido investimento no futuro. Imaginem o que seria a cidade sem a Igreja Matriz ou sem a EMEF Senador Carlos José Botelho...

Embora ainda não existam projetos para áreas verdes e para arborização urbana, é animador ver a Prefeitura anunciar melhorias para pedestres e ciclistas.

O dinheiro público deve ser empregado em obras duradouras. O projeto a ser realizado agora será defendido e protegido no futuro. Ou será esquecido, refeito... A oportunidade está aí. A decisão é dos políticos e dos cidadãos.

12 comentários:

  1. Heitor Domingues Failla Junior14 de outubro de 2011 às 12:43

    Boa tarde Lu.
    Eu como ex-morador de Dourado(mudei em 1969)mas com profundas raízes afetivas e familiares com a cidade,fico muito feliz em saber do seu interesse em preservar a memória do município.
    Parabéns.

    Heitor Failla - heitor@saomateusvidros.com.br

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  2. A pessoa nasce, cresce e com grata satisfação percebemos que fez tudo isso "olhando para os lados", conhece os espaços de sua cidade, sabe o que manter e o que e como modificar.
    Parabéns Lu Mascaro, você é mesmo uma DOURADENSE.

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  3. Lu mas vc foi ao Senador depois da reforma? as classes do porão estão com infiltrações, a caída da água empossa em frente as portas da secretaria, diretoria e cozinha...os banheiros dos professores cheiram esgoto...Foram 1 milhão de reais!! E o tanque para lavar os panos de chão foi improvisado na lateral junto a caixa d'água sem escoamento para o esgoto, a água do tanque vai direto pra rua...algo está errado...

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  4. Estou surpresa com a boa recepção do blog, obrigada! Espero que ele venha a ser útil! Eu não sabia desse problema no Senador. Mas me parece o mesmo problema de sempre: antes fazíamos o que era possível por falta de dinheiro. Ainda não estamos convencidos que bom projeto e boa execução de obra evita gasto inútil e dá em resultados muito melhores.

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  5. Luciana, fiquei feliz em ver o seu espaço e que você está dedicando o seu precioso tempo para uma causa nobre. Infelizmente não há planejamento e muito menos olhos para o futuro. Que pena! Dourado é tão pequena, poderia ser um verdadeiro jardim.

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  6. Alguem disse,que se gastou um milhão de reais, na reforma do colégio senador,acho muito dinheiro para uma reforma ,pois não foi construido nada somente reformado o já existente ,outra obra super faturada olho nessa adm atual....

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  7. Poderia mesmo, Ana Célia. Quem sabe um dia? Ictonce, o Senador não foi reformado: foi restaurado. Não dá para dizer se foi muito dinheiro. Restaurar é bem complicado, envolve técnicas nada vulgares e mão-de-obra especializada. Custa caro sim. É um bom assunto...

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  8. Dourado precisa urgentemente resolver o problema das casas velhas, abandonadas no centro da cidade.
    Existem várias casas de alguns proprietrios, que a pessoa não vende, não aluga, não reforma, e as deixa completamente abandonadas bem no centro da cidade.Qual seria a solução? Taxar impostos, desapropriar ou exigir a demolição.

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  9. Realmente algo precisa ser feito quanto as casas abandonadas, servindo algumas vezes de espaço para consumo e distribuição de drogas.O poder público esta indiferente a esta questão.Vamos acordar?Parabéns pelo Blog e sucesso.

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  10. Como bem disse Ana Célia, a escola Senador não foi reformada e sim restaurada e para tanto foi necessário uma pesquisa prévia e mão de obra especializada. Tive o privilégio de contribuir com meu trabalho nesse processo de estratigrafia, prospecção e pintura parietal. Quanto ao estado atual, só tenho a lamentar, pois uma obra de restauro imprescindivelmente deveria vir acompanhada de uma manutenção constante. Se há vazamentos, infiltrações e outras patologias, provavelmente a causa provem da má conservação do edifício.

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  11. Oi Thais! Recebi suas fotos do restauro e em breve farei um post novo sobre isso. Obrigada!

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