Dourado, Ribeirão Bonito e Bocaina (e outras cidades) tem mais um aspecto em comum: o desenho. Comparando os mapas abaixo, podemos ver que, nas três cidades, os centros têm quadras quadradas e os bairros têm quadras compridas. (clique nas imagens para aumentá-las).
Centro de Dourado - Quadras quadradas com áreas verdes nos miolos e solo mais permeável. Fonte: Google Maps. |
Bairro de Dourado - Quadras compridas, sem árvores e solo menos permeável. Fonte: Google Maps. |
Áreas verdes: nos centros (mais antigos) há uma concentração maior de áreas verdes nos miolos das quadras. Os lotes antigos eram maiores e tinham espaço para quintais, pomares e hortas. Os lotes novos são menores, estreitos e, de maneira geral, não há espaço para "o verde".
Assim, as regiões mais verdes e sombreadas estão em espeços privados, inacessíveis. Como as ruas carecem de árvores e as praças públicas são poucas, o espaço urbano fica quente e desconfortável.
Centro de Ribeirão Bonito - Quadras quadradas com áreas verdes nos miolos e solo mais permeável. Fonte: Google Maps. |
Bairro de Ribeirão Bonito - Quadras compridas,
sem árvores
e solo menos permeável.
Fonte: Google Maps.
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Solo impermeável: nos lotes maiores dos centros parte do solo não é revestido por pisos. Uma parte da água da chuva cai e é absorvida. Nos bairros, como quase todo o lote é ocupado com a construção, o solo é impermeável. Juntos, os pequenos lotes fazem uma grande área impermeável. A água das chuvas cai, se acumula e corre para as canalizações. Se as canalizações são insuficientes ou estão entupidas, qual a consequência? Inundações.
Centro de Bocaina - Quadras quadradas com áreas verdes nos miolos e solo mais permeável. Fonte: Google Maps. |
Bairro de Bocaina - Quadras compridas, sem árvores
e solo menos permeável.
Fonte: Google Maps.
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Novos loteamentos: desenhar um loteamento com pequenas parcelas é mais lucrativo: num mesmo espaço (em metros quadrados) é possivel criar um número maior de lotes para vender. Ao mesmo tempo, os loteadores gastam o mínimo em infra-estrutura nesses loteamentos (que são geralmente destinados à população de baixa renda).
Se uma cidade investe no planejamento urbano, ela consegue controlar esses e outros tipos de problema.
Luciana
ResponderExcluirEm Ribeirão Bonito são poucas as árvores, além disso não cuidam das existentes. O MP está investigando um corte de uma sibipiruna centenaria. Por incrivel que possa parecer, quem autorizou o corte dessa árvore foi a agronoma da prefeitura. De acordo com ela, a árvore estava pensa, podendo cair. Na realidade há testemunhas no processo que dizem que não é verdade esse fato. O que acontece, é que ninguém liga para a falta de árvores. O bom exemplo vem da cidade de Araraquara.
Por uma cidade melhor e com mais árvores.
São mesmo ótimos exemplos o de Araraquara, o de Porto Alegre e o de Bruxelas: as pessoas se organizam contra o corte arbitrário das árvores.
ResponderExcluirAcho que ainda não entendemos bem que árvores são uma necessidade!!! Ou melhor, as áreas verdes em geral. Me envie um e-mail (ou comentário) se você ficar sabendo qual foi o resultado dessa investigação em Ribeirão Bonito. Obrigada.