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9 de dez. de 2011

Expansão urbana horizontal

O Brasil desenvolveu uma "lógica de expansão urbana horizontal", o que está ligado a baixa densidade demográfica  das cidades. Segundo Bazolli, essa tendência seria mesmo global:

"A tendência global ao uso do modelo moderno dominante de expansão urbana horizontal dispersa e linear de baixa densidade, fundado no transporte individual e baseado em centralidades, limites difusos e na elevada pressão sobre o mercado imobiliário, está em confronto com a sustentabilidade das cidades." 


No Brasil, a densidade demográfica (= quantidade de habitantes/área) nas cidades é baixa, com exceção de grandes cidades como São Paulo.

Habitantes/km2 - 2011
2011
São Paulo
7.443,92
Araraquara
209,99
São Carlos
197,06
Dourado
41,80
Bocaina
30,22
Ribeirão Bonito
25,92

Densidade demográfica de algumas cidades paulistas.


Qual a relação disso com o espaço urbano e a vida das pessoas? 
Veja algumas reflexões, tiradas do artigo do prof. Kazuo Nakano “Cidades brasileiras: a produção social de vulnerabilidade urbana” (clique no link para ler o texto inteiro):

esvaziamento das áreas centrais das cidades
má utilização da infraestrutura já existente
"Paradoxalmente, o crescimento urbano horizontal convive com redução no número de moradores nas áreas centrais e intermediárias das maiores cidades, melhor servidas por acessibilidade, empregos, serviços, equipamentos e infraestrutura."

a especulação imobiliária
"Problemas estruturais que impõem limites e bloqueios aos avanços nessas melhoras e, em médio e longo prazo, podem provocar retrocessos. São problemas diretamente relacionados aos padrões desiguais e predatórios de ocupação do solo urbano e rural por parte de agentes do mercado fundiário e imobiliário que operam em âmbitos formais e informais."

concentração de empregos em locais distantes das moradias
necessidade de deslocamentos e problemas de transporte
"Os efeitos negativos das grandes distâncias entre locais de moradia, trabalho, consumo, estudo, entre outras atividades urbanas, se agravam com o predomínio do automóvel individual na matriz de mobilidade urbana."

expansão urbana sobre terrenos cultiváveis ou de proteção ambiental
"A expansão urbana horizontal sobre áreas periurbanas pode avançar, de modo precário, sobre solos agricultáveis, nascentes de rios e córregos, áreas de interesse ambiental e de proteção aos mananciais."

o processo de periferização
"Em suma, os grupos sociais e agentes econômicos que podem pagar acessam às melhores terras urbanas. Aqueles que não têm recursos pagam o pouco que têm para viver nas periferias distantes, em terras urbanizadas inadequadamente, na vulnerabilidade, sob risco. Sim, em nossas cidades paga-se para morar em áreas de risco por falta de alternativas."

Para fazer face aos problemas citados, desenvolveu-se o conceito de cidade compacta (o que ja é outro assunto).

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