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Prédio do Matadouro em 05 de Janeiro de 2012.
Foto: José Alfeo Röhm
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Nessa
época vários prédios – entre os quais os Matadouros Municipais - foram
construídos para atender a uma nova política urbana: a política
higienista. A base de tal política era a crença da medicina nos miasmas (emanações vindas de ambientes
imundos contendo matéria orgânica em decomposição e responsáveis pelas
epidemias), já que ainda não conhecia a ação dos microorganismos.
A política higienista teve início na
Europa onde, no século XVIII, os centros urbanos apresentavam problemas
de higiene. Lixo e detritos eram, muitas vezes, simplesmente
jogados em via pública. No Brasil,
a chagada da Côrte Real marcou o início das preocupações com a higiene das cidades. As autoridades, preocupadas com a saúde pública, criaram novas leis para melhorar a saúde pública. Era melhor prevenir do que assumir os prejuízos causados por doenças ao governo e às empresas, em casos de internação, óbitos ou dias de trabalho perdidos.
a chagada da Côrte Real marcou o início das preocupações com a higiene das cidades. As autoridades, preocupadas com a saúde pública, criaram novas leis para melhorar a saúde pública. Era melhor prevenir do que assumir os prejuízos causados por doenças ao governo e às empresas, em casos de internação, óbitos ou dias de trabalho perdidos.
Essas
nova legislação interferiu no desenho das cidades e dos prédios, que deveriam
ser bem localizados e livres de umidades, bem ventilados e iluminados. Daí a
existência de porões e janelas generosas nas residências construídas durante essas
décadas.
Além disso, as atividades que poderiam causar acúmulo de matéria
orgânica e lixo passaram a ser controladas pelo governo. Exemplos dessas
atividades são o abate de animais e o comércio de alimentos. Para melhor
exercer esse controle, houve a
introdução de novos prédios como os matadouros, os mercados municipais, os
cemitérios e outros.
Em
geral, os matadouros foram localizados fora do perímetro urbano para se
evitar que as manadas circulassem pelas vias principais e para manter os
detritos gerados pela atividade do abate distantes da cidade. E próximos a córregos
para suprir a considerável quantidade de água necessária envolvida no processo.
A arquitetura desses matadouros é, em geral, eclética (comum entre o fim
do século XIX e início do XX na região do interior paulista),
utiliza a alvenaria de tijolos e, por vezes, elementos em ferro, em
susbtituição à tradicional taipa.
As
novas preocupações sanitárias,
que tiveram origem na Europa, foram introduzidas na arquitetura paulista pelo arquiteto Ramos
de Azevedo, formado na Bélgica. Muitos edifícios similares existentes na região
paulista foram projetados em seu escritório. Outros, projetados por outros
profissionais, apresentam os mesmos princípios, tanto no que diz respeito aos
aspectos funcionais e técnicos, quanto na tendência arquitetônica dos mesmos.
Referências:
Chalhoub,
Sidney. (1996). Cidade febril: cortiços e
epidemias na corte imperial, São Paulo; Companhia das Letras.
Giordano,
Carolina Celestino. (2006). Ações
Sanitárias na imperial cidade de São Paulo: mercados e matadouros.
Dissertação de Mestrado. Campinas: PUC-Campinas, Centro de Ciências Exatas,
Ambientais e de Tecnologias, Pós-graduação em Urbanismo, 218p.
Salgado, Ivone; Murilha, Douglas. (2009). Patrimônio
Arquitetônico no Estado de São Paulo: uma arquitetura para matadouros e mercados
antigos. In: Exacta, vol. 7, n. 2,
2009, pp. 263-277.
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